Ameaçadas de extinção, as aves estavam no viveiro da Fundação Lymington, no interior de São Paulo, instituição parceira do Ideflor-Bio, e foram levadas ao Parque do Utinga
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), por meio da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), recebeu na quarta-feira (30) mais oito ararajubas (Guaruba guarouba), para dar continuidade à etapa II do Projeto Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Áreas Protegidas da Região Metropolitana de Belém (RMB). As aves vêm do viveiro da Fundação Lymington sediada em Juquitiba, interior de São Paulo, instituição parceira do Ideflor-Bio no projeto, que visa à conservação e proteção dessa espécie ameaçada de extinção.
As ararajubas, cinco machos e três fêmeas, foram levadas ao viveiro de aclimatação, no interior da Unidade de Conservação Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, por um técnico da Fundação, acompanhado pela equipe técnica da DGBio, diretoria responsável pela implementação do projeto.
A espécie é endêmica do bioma amazônico e está ameaçada de extinção, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), do Ministério do Meio Ambiente e a Resolução Coema n° 54.
A titular do Ideflor-Bio, Karla Bengtson, recebeu as oito ararajubas e ressaltou o sucesso da reintrodução das espécies consideradas em extinção há mais de 60 anos na Região Metropolitana de Belém. “Ao todo, 46 ararajubas já foram reintroduzidas na natureza. As aves podem ser avistadas nos céus da capital paraense, onde sobrevoam livres e saudáveis, exibindo o brilho vibrante das cores verde e amarela de sua plumagem. O sucesso do projeto reforça a importância das Unidades de Conservação do Estado, como espaços de preservação e conservação dos ecossistemas, além de proporcionar às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional”, destacou a presidente o Instituto.
Adaptação – De acordo com o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, a fase II do Projeto Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas segue o Plano Plurianual (PPA 2020-2023). “O lote de ararajubas já se encontra no viveiro do Parque do Utinga por um período necessário para adaptação ao clima amazônico, treinamento para se defender de predadores naturais e reconhecimento de alimentos típicos de nossa região, como açaí e murici, que são abundantes nas Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém. Após esse período, as aves passam por uma avaliação final para soltura, quando formam novos grupos e propiciam novas gerações genuinamente paraenses, junto às ararajubas que já foram soltas em grupos desde 2018”, informou o diretor.
Mônica Costa, gerente de Biodiversidade, reforçou que “nos próximos dias técnicos do Instituto e da Fundação Lymington-Bio iniciarão o processo de aclimatação, com introdução de alimentos da região, treinamento de pré-soltura, para que nos próximos meses de 2023 estejam preparadas para a reintrodução no habitat natural”.
A gerente acrescentou que as ararajubas pertencem à família dos Psitacídeos e se destacam entre as aves da fauna amazônica pela plumagem verde e amarela. “Que a chegada à cidade de Belém traga boas novas à Seleção Brasileira neste cenário de Copa do Mundo de 2022”, concluiu.
Por Aldirene Gama (IDEFLOR-BIO)