Como parte das comemorações pelos 30 anos do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, nesta quinta-feira (04), um grupo com 25 alunos da Escola Estadual Matheus do Carmo e de jovens atendidos na Usina da Paz Terra Firme, em Belém, tiveram a oportunidade de fazer um passeio ciclístico e conhecer vários espaços da Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral.
O grupo de estudantes constatou a importância dos lagos Bolonha e Água Preta, responsáveis por 60% da água consumida na Região Metropolitana de Belém. Eles também visitaram as instalações do Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), juntamente com a Fundação Lymington, de São Paulo.
Desde 2017, a iniciativa já possibilitou que mais de 45 aves fossem devolvidas ao meio ambiente. No próximo domingo (07), mais dez ararajubas serão reintegradas ao Parque Estadual do Utinga. As aves passam de cinco a seis meses por treinamento diário com o biólogo da Fundação Lymington, Marcelo Villarta.
Segundo o especialista, as ararajubas aprendem a sobreviver na natureza observando outros pássaros. “Além do alimento fornecido no recinto, elas observam outros animais da área e se acostumam às condições locais. Agora que elas estão demonstrando as suas capacidades, estão devidamente aptas para serem devolvidas ao meio ambiente de forma gradativa. Caso não estejam seguras o suficiente, elas poderão retornar ao viveiro ou, caso contrário, já poderão viver soltas pela natureza”.
Aprendizado – Em sua primeira visita ao Parque Estadual do Utinga, o aluno Antônio Pereira, do 5º ano, aprovou o passeio. “Gostei bastante porque pude andar de bicicleta, queimar algumas calorias e entender a importância dos lagos e dos animais, como as ararajubas. A gente aprendeu que elas estão em risco de extinção, e que aqui ajudam elas a se reproduzirem, para que no futuro haja mais aves”, contou.
A vice-diretora da Escola Estadual Matheus do Carmo, Nayene Oliveira, disse que foi gratificante levar os alunos ao Parque. “Vir com eles para esse laboratório ao ar livre é algo enriquecedor, porque complementa os conteúdos ministrados diariamente em sala de aula, além de ser uma experiência marcante em suas vidas. Amanhã, outra turma da nossa escola virá aqui, e isso para nós é maravilhoso. Espero que outras turmas, assim como a nossa, tenham a oportunidade de conhecer esse paraíso natural”, enfatizou.
Segundo o titular da Gerência da Região Administrativa de Belém (GRB), Ellivelton Carvalho, a programação busca atender a todos os públicos. “Desde as crianças do ensino infantil até os acadêmicos do ensino superior nosso objetivo é trazer para cá pessoas das mais diferentes idades, para que elas conheçam a nossa UC e se apropriem de tudo aquilo que a gente tem de mais bonito aqui dentro”, disse o gerente.
Carvalho ressaltou, ainda, uma exposição de banners sobre pesquisas científicas desenvolvidas por graduandos e mestrandos sobre a fauna e a flora do Parque. O objetivo da apresentação é devolver à sociedade conhecimentos acerca da importância da preservação dessa parte significativa do bioma amazônico dentro da capital paraense.
A programação do Ideflor-Bio pelos 30 anos do Parque Estadual do Utinga prossegue até domingo (07), em parceria com a Organização Social (OS) Pará 2000, que administra o espaço. Estão previstas para os próximos dias mais visitas guiadas, exposições de pesquisas científicas, feira de produtos naturais, apresentações teatrais, exibição de filmes sobre o meio ambiente, distribuição de cartilhas educativas, corrida comemorativa, soltura de ararajubas, homenagens e entrega das portarias do Conselho Gestor da UC.
Via IdeflorBio